O melhor passeio que eu fiz na Amazônia com certeza foi a Focagem Noturna de Jacaré. Foi emocionante e gratificante demais essa experiência e vou compartilhar com vocês como foi.
Durante a minha estadia no Anaconda Lodge (Hotel Selva que fica ao meio da Floresta Amazônica) eu tive o prazer de fazer o passeio de Focagem Noturna de Jacaré. Saímos do hotel por volta das 19h30m, fomos em um pequeno barco motorizado rumo aos Igarapés. O que nos iluminava durante todo o trajeto era a luz da lua e um pequeno farolete que ficava anexo no capacete do guia.
Quando fomos chegando perto dos igarapés nosso guia desligou o motor e nesse momento pediu para todas nós ficarmos quietas. Se você me conhece, sabe que isso foi algo absurdamente difícil para mim. A partir daí o Fabio (nosso guia) pegou o remo e assumiu o controle do barco. Na verdade eu fiquei incrédula com o serviço dele, ele mostrou força, coragem e conhecimento do local, algo que nos passou mais confiança e me fez gostar ainda mais do passeio.
Com o remo ele foi adentrando em meio aos igarapés. Enquanto íamos passando pelas árvores ele ia mirando com seu farolete para todos os lados. Também passava a luz pelo alto das árvores para ver se tinha alguma cobra que pudesse cair no barco ou outro animal. Em alguns momentos passávamos por partes que apenas o remo não bastava e devíamos ajudar com as mãos empurrando as árvores. Antes de pegarmos em qualquer árvore o Fabio nos avisava se podíamos ou não pegar nelas, porque algumas pelas que passamos tinham espinhos muito grandes que poderiam ser venenosos.
Sim ao ver essas árvores sua ficha vai caindo da “loucura” em que você está fazendo. Você está no meio da Amazônia, no escuro, em um barco e sem ter para onde correr se algo acontecer. Mas mesmo assim a experiência está sendo um máximo. Aí tudo melhora quando o Fabio vai chamando pessoa por pessoa e mostra um pontinho muito pequeno vermelho brilhando em meio a escuridão. Isso acontece quando ele encontra o jacaré e com seu farolete aponta em seu olho, sendo possível nós vermos.
Claro que o guia possui experiência suficiente para de longe avistar aquele pontinho vermelho e talvez por seu tamanho e/ou intensidade definir o tamanho do jacaré. Só que pensem comigo se ele vê o filhote, perto está quem? A MÃE DELE. Ou seja, meu bem é muita coragem que esse cara tem. Depois de vermos alguns pontinhos vermelhos vamos seguindo rumo ao raso, isso mesmo e você sabe que quanto mais raso, mais jacaré é possível ter.
Aí chegamos bem no raso, menos de 01 metro de profundidade e como eu sei isso? Porque não contente de irmos até o raso em busca de um jacaré, o guia resolve descer do barco. Sim ele entra na água e pega o bichinho, mas assim não é muito rápido, porque quando ele chega perto o bichinho nada um pouco né. Mas com experiência ele sabe pegar o mais rápido possível. Só que aí ele tem que entrar de volta no barco, segurando o animal mantendo o equilíbrio.
Após entrar no barco, ele mostra o animal para nós e explica sobre ele. Nós estávamos na presença de uma menininha em que demos o nome de Abigail. Ela era um jacaré-tinga de aproximadamente 01 ano, então ela já estava grandinha. Para aqueles mais corajosos (como eu) é possível pegar o jacaré-tinga nas mãos. Confesso que relutei um pouco e fiquei com medo de não saber pegar, machucar o bichinho ou de segurar solto demais e ele se mexer, me dar uma rabada e me morder. Só que o guia explica a maneira correta de segurá-lo, então acaba sendo fácil ter essa experiência.
O que achei mais incrível foi a textura da pele do animal. Eu sempre achei que fosse dura e áspera, mas na verdade ela é bem molinha. Isso me deixou realmente surpresa e me fez achar ele o mais bonitinho ainda. Depois dessa experiência, devolvemos ao guia o jacaré e ele logo solta o animal cuidadosamente na água. E regressamos cuidadosamente para o hotel. Todo o caminho que fizemos para entrar no meio da mata, tivemos que fazer para sair. Todo o nosso passeio durou cerca de 02h, mas alguns acabam sendo mais rápido e outros mais demorado aí vai da sorte em achar facilmente o animal.
Com certeza foi um passeio que eu amei fazer e faria novamente quando eu tiver outra oportunidade. Mas antes que vocês criem muita expectativa, lembrem-se que vocês estarão lidando com a natureza e quem escolherá aparecer será o animal, então não é garantido que veja um. Só que saiba que o guia fará o máximo possível para que você não saia frustado. Caso esteja indo durante as cheias dos rios (maio, junho e julho) e às noites de LUA, se preparem pois a localização do animal não é tão fácil.
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